segunda-feira, 8 de março de 2010

A Morte do Rio

Não tenho tido muito tempo para atualizar o blog da maneira que gostaria, porém não posso deixar de publicar um poema que encontrei em um caderno de formação do MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens).
Os poetas e cantores populares não morreram; estão vivos para brindar, cantar e poetizar sobre as lutas dos povos latino americanos.
Embora eu quisesse postar algo relativo a luta das mulheres neste 8 de março, um dia de luta para as companheiras, assim como os demais dias do ano é claro, apenas mando um salve e força a todas as guerreiras do campo, das florestas e das cidades que lutam contra a opressão machista, patriarcal e sexual e a dominação capitalista!
Uma boa leitura a todos(as)

A Morte do Rio
Sidenir de Jesus Gavin

O peixe desapareceu, a fome ocupou o lugar.
O pescador entristeceu por não Ter onde pescar.
O agricultor com a terra embaixo da água também partiu para nunca mais voltar.
Vendo o peixe sucumbir e a terra alagar, não há razão para ficar.

O peixe sumiu a água parou.
Na barranca desse rio nunca mais ninguém pescou.
Nós agricultor, a Barragem da terra nos expulsou.

As flores do aguapé têm a cor do desespero.
Perdeu toda a beleza com a barragem o muro e os pedreiros.
Depois de ver tudo isso eu também chorei de dor, acabou-se
para sempre meus sonhos de agricultor.

Mas um certo dia alguém para mim chegou.
E para mim ele falou:
Que o movimento de atingidos por barragens chegava no momento.
E agora nós com muita luta e coragem conquistamos o reassentamento.
O progresso e a ganância arbitrária e atrevida.
Agridem a natureza já não respeitam a vida.
Estão destruindo tudo, a água, a mata e o ar.
Estamos morrendo aos poucos só com organização podemos nos salvar.

MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens)
http://www.mabnacional.org.br/

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